Belezas da Chapada Diamantina

Cachoeiras na Bahia

 

 

José Carlos Sfalcin [*]

 

Em minha recente visita a cidade de Barra da Estiva, localizada no sudoeste do Estado da Bahia,na Chapada Diamantina, distante 500 Km de Salvador, nos deparamos com um raro exemplar de traíra, pesando aproximadamente 12 Kg. A traíra é um peixe da família dos Erythrinidae, abundante em todo Brasil, espécie nativa,podendo chegar ao peso máximo de 2 Kg e o traírão a 18Kg.

A convite do nosso amigo Sinval Guimarães,mais conhecido como “CHEVETE”, comerciante tradicional de Barra da Estiva,fomos a sua propriedade rural – Fazenda Lagoa do Boi,diga-se de passagem um oásis em pleno sertão,quando tivemos o privilégio de poder degustar da culinária local,comidas típicas da região,uma boa cachaça e uma apetitosa pimenta seca,que foi denominada de “pódela”, muito picante e saborosa,que tive a oportunidade em experimentar.

A região além das belezas naturais,devido sua formação rochosa, com uma imensidão de grutas, em especial a gruta da Mangabeira, localizada no município de Ituaçu, com extensão superior a 3 mil metros, muito visitada por romeiros provenientes de várias partes do Brasil,principalmente no mês de setembro, quando intensifica as visitações,festas aos padroeiros, incrementando o comercio local.Além do turismo as cidades que compõem a Chapada Diamantina pelo lado sul (Barra da Estiva, Ituaçu, Ibicoara, Mucugê, Rio de Contas), vivem do agronegócio e turismo, tendo no passado se destacado pela extração de ouro e diamantes, passando pela região bandeirantes que se destacaram nesse mister.

 

Trairão

 

Voltando à fazenda do nosso amigo Sinval, botafoguense,que tem estampado em sua quadra de futebol, o símbolo do botafogo, oportunidade que pudemos relembrar dos imemoráveis duelos entre nossos times de coração, Botafogo e Vasco da Gama.

Tive a oportunidade,na década de 80,conhecere trabalhar no sertão,região da caatinga,elaborando e implantando projetos,que muitos deles trouxeram grandes avanços para as regiões, mas todos de forma sustentável sem agressão ao meio ambiente.Hoje pelo que podemos sentir, estes desertos verde,rico em biodiversidade, poderá, com pequenas intervenções governamentais, como a implantação de pequenas,médias e grandes barragens,fazer a contenção de água, que a região tanto carece, para se tornar um grande celeiro agrícola, a um custo bem atrativo, pois, a região dispõe de um solo rico em nutrientes, uma topografia, em grande parte,maquinável, altitudes e clima ideal, faltando apenas envolvimento e comprometimento político.

 

[*] José Carlos Sfalcin é engenheiro, jornalista e vice presidente da Associação Espírito-Santense de Imprensa AEI