Queda do Magistério III – Artigo de Boris Castro

Boris Castro, Vice Presidente da AFPES, é Advogado, Fazendário e Jornalista

Sinceramente eu não esperava tanta receptividade nos artigos anteriores escritos, (I e II), por parte de dezenas e dezenas de professoras e professores, nossos associados ou não, que me procuram para agradecer a força que tenho dado à nobre, abandonada, honrosa e sofrida classe.

Depois de conhecer o contracheque de uma Professora Estadual aposentada da primeira à quarta séries, sem as vantagens pessoais, que pouco representam, de R$ 678,00 (SEISCENTOS E SETENTA E OITO REAIS), isto mesmo que acabaram de ler, não encontrei palavras consoladoras senão dizer que seria cômico se não fosse trágico.

Contrapondo-se a esta dura realidade, segundo a imprensa nacional, os funcionários do Congresso Nacional recebem entre R$ 23.000,00 e R$ 39.000,00 (trinta e nove mil reais) por mês, chegando ao ponto do TCU mandar que fossem devolvidos os valores pagos acima do teto permitido, acreditem, que é de R$ 28.000,00.

Enquanto os políticos e autoridades constituídas nada fazem para melhorar seus salários ridículos, a Professora enfrenta risco de vida por amor àqueles que serão o Brasil de amanhã.

Para amenizar o sofrimento da heroica Mestra, um vereador do Poder Executivo do Município de Aracruz, encaminhou um anteprojeto de Lei que garantirá, as Professoras, O BOTÃO DE PÂNICO que, quando acionado, se der tempo, serão socorridas (??).

Em Cariacica, os Vereadores aprovaram o BOTÃO DE PÂNICO para tentar protegê-las. A que ponto chegamos.

No Rio de Janeiro e São Paulo, movimentos classistas se agitam em defesa dos professores e do vergonhoso salário. E aqui ??

Muitas professoras nos têm procurado para reclamar dos ocultos e silenciosos representantes da categoria (SINDUPES) que andam esnobando mordomias e nada fazem.

Enquanto isto, quem tem a missão de abrir as cortinas do saber, rompendo a cegueira do analfabetismo, continua injustiçada e abandonada pela Secretaria de Educação, do Governador do Estado e Sindicato.

No dia dos Professores (as), comemorado no dia 15 de outubro p. passado, estes heróis, principalmente os mais antigos e aposentados, não têm o que festejar, a não ser sofrimento.

Afinal, COMEMORAR O QUE ???