Brasília desperta interesse de promotores de eventos, mesmo contando com poucos hotéis.
BRASÍLIA [ ABN NEWS ] — Vários fatores fazem do turismo uma vocação natural de Brasília. Atualmente, a cidade é um dos principais pontos de desembarque de participantes, ouvintes ou palestrantes em congressos, convenções, assembleias, simpósios, seminários, reuniões corporativas, workshops, conferências, encontros culturais e mais uma dezena de outros tipos de eventos.
O Governo do Distrito Federal procura participar efetivamente da captação de eventos para o DF. Recentemente, autoridades brasilienses receberam a comissão organizadora do Colégio Brasileiro de Cirurgiões (CBC), que busca local para realizar a 31ª edição de seu congresso, que deverá reunir, em 2015, mais de 4 mil profissionais.
Dados da Associação Internacional de Congressos e Convenções (AICC) revelam que a capital federal ocupa o 4º lugar entre as cidades brasileiras que mais realizaram eventos em 2011, ficando atrás de São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador. Se em 2007 a cidade teve apenas um evento internacional, em 2011 sediou 13. “A captação desses grandes eventos é uma das prioridades da Secretaria de Turismo”, afirma o secretário Luis Otávio Neves.
Muitas dessas convenções são encontros científicos, como o 40º Congresso Brasileiro de Radiologia (de 4 a 9 de setembro) e o de Enfermagem (de 27 a 29 de setembro). Segundo a Secretaria de Turismo (Setur), esses eventos são o principal motivo do impacto positivo na economia local. De acordo com dados do Ministério do Turismo (Mtur), quem vem a trabalho tem gasto diário médio mais elevado – R$ 212,28 contra R$ 126,52 do turista de lazer. “Esse visitante movimenta a cadeia produtiva da cidade, direta ou indiretamente”, analisa o secretário.
Dados do Estudo do Plano de Desenvolvimento Integrado do Turismo Sustentável (PDITS) apontam que a média de ocupação hoteleira em Brasília de segunda a quinta-feira é de 76%, índice que cai para 58% nos fins de semana. “Por isso a Secretaria de Turismo do DF tem investido na captação de eventos, acreditando ser essa uma importante política que ajuda a gerar benefícios econômicos e sociais para a cidade”, observa o secretário.
Os turistas que vêm para os encontros técnico-científicos usufruem dos mesmos serviços usados pelos visitantes de lazer, porém, o secretário da Setur aponta duas distinções. “O turista que vem a trabalho preocupa-se menos com o preço, uma vez que as despesas serão arcadas pela empresa, e é mais atento quanto à localização e ao conforto dos serviços oferecidos”, explica.
Números da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH) e do Sistema de Informações Hoteleiras para o Turismo (SIHTUR) evidenciam que 49% dos turistas que visitam a capital o fazem por motivos de negócios e convenções. Segundo dados do Mtur, desses turistas, 39% chegam antes ou permanecem na cidade após o evento.
Outros encontros – O secretário Luis Otávio Neves destaca o Congresso Brasileiro de Cardiologia, em setembro de 2014, como a menina dos olhos. “Esse encontro reunirá cerca de 14 mil pessoas. Será o maior evento em Brasília depois da Copa do Mundo de 2014”, ressalta.
Além disso, ainda estão previstos o 56º Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia, em novembro de 2015; o 63º Congresso Brasileiro de Anestesiologia, em novembro de 2016; o Congresso Internacional de Neurocirurgia, em setembro de 2016; e o 30º Congresso Internacional de Horticultura (IHC), em agosto de 2018. Todos com estimativa de público igual ou superior a 3 mil pessoas.
Turistas – Dados do Mtur revelam que a maioria dos turistas que chegam a Brasília são procedentes dos Estados Unidos, Argentina, Alemanha, França, Chile, Paraguai, Inglaterra, China, México e Espanha, e que 36,8% deles vêm por motivo de negócios e eventos. A Europa é hoje o continente que mais envia turistas à cidade. Em âmbito nacional, Minas Gerais e São Paulo encabeçam a relação de estados de origem dos visitantes a capital federal.
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