Ronaldo Sfalsini é jornalista associado da AEI, medico socorrista do HSL e especialista do exercício e do esporte.
Hoje estive a pensar nos caminhos atuais dessa linda profissão que abracei: a medicina.
Há momentos de extrema dificuldade na sua prática diária, mas é compensatório ver os resultados maravilhosos que produz, e tudo isto só tem razão de ser porque consola, alivia dores, e dá tratamento digno ao ser humano.
Debrucei-me há algum tempo nessa questão polêmica do “mais médicos”, assunto esse que deveria ter sido exposto e debatido com toda a sociedade, levando-se em conta que a população pode ser enfim a mais beneficiada ou a mais prejudicada em tudo isso.
Penso que a classe médica tem o dever de informar, de zelar, e orientar, tanto o povo quanto aos governos, a forma mais humanamente digna de prestar um bom serviço nessa área.
Não quero aqui expor a crítica pela crítica, nem tampouco me apossar da verdade e nem avaliar governos. Quero seguir adiante com a mesma dignidade que busquei desde a minha formação. Não quero me omitir, contribuindo assim para sustentar decisões equivocadas que poderão num futuro próximo desaguar em mais malefícios do que benefícios.
Preocupo-me com a qualidade do serviço prestado, da legalidade das ações, dasescolhas sensatas de nossos caminhos. Há uma força intrínseca, psicológica, e até espiritual que faz com que o profissional médico , assim como todos os profissionais da área da saúde , sejam mais humanitários, mais sensíveis e até mais dignos de credibilidade. São guardiões de esperanças e de segredos inerentes aos recôndidos da alma humana, algo que se processa com base na confiança mútua.
Dizer que os profissionais da medicina devem estar atentos às suas responsabilidades civis e cívica não é algo recente, mas dizer que devem zelar pela prática de atos legais e legalizados com olhos voltados para a democracia e democratização dos meios de atendimento à população, fazem desses profissionais algo sempre atual sem jamais perderem suas raízes.
Atos de governantes passam, pois comumente perdem a força do povo e da democracia, pois criam mais embaraços do que soluções, mas a força da medicina cresce com a sociedade pois evolui constantemente em busca de dias melhores.
Não cabe aqui análise político-partidária, mas análise do bom senso.
Digo aos meus colegas médicos que há uma força enorme que nos movem, que é a força do povo, daqueles que necessitam de nós e deles jamais devemos nos afastar. Devemos mostrar nossa opinião, alertar quando há riscos, contribuir com a democracia, rechaçando oportunismos que resvalam para o duvidoso , para o que é ilegal e para o que é imoral.
Assim caro leitor, cabe a todos nós, sociedade como um todo, dizer o que é bom para nós e o que deve ser corrigido. Pensar sem rancor e sem disputas momentâneas de poder, mas com a razão e com a beleza que só a democracia nos permite, valioso instrumento de vida, tanto quanto a arte de curar.