A Performer Rubiane Maia se apresenta na Galeria Homero Massena nesta terça-feira (27/01)
VITÓRIA – Aberta no início deste mês, na Galeria Homero Massena, a exposição Teatro Estúdio receberá a performance “Decanto, até quando for preciso esquecer (Parte I)”, de Rubiane Maia, nesta terça-feira (27), às 19 horas. Na apresentação, que tem duração de cerca de uma hora e acontecerá no andar do Edifício das Fundações onde funcionou o Teatro Estúdio, a artista irá recitar, ininterruptamente, o verbo “Esquecer” em todos os modos e tempos verbais. Aberta à visitação até o próximo dia 7 de março, a exposição Teatro Estúdio é de autoria de Herbert Baioco e tem como proposta reconstruir um espaço que já não existe a partir da atualização de memórias sobre esse lugar.
Em comum, performance e exposição têm a memória como temática e material poético. Apresentada em 2013 em Vila Nova de Gaia, Portugal, “Decanto, até quando for preciso esquecer” busca expor como as lembranças e os esquecimentos definem a nossa presença no mundo. “É uma ação que fala sobre lembrar e esquecer – tenho trabalhado bastante com a temática da memória, como nos relacionamos com as coisas que lembramos e esquecemos. Na verdade não somente coisas, mas tudo. A construção do que somos para e pela memória”, explica Rubiane Maia.
Sobre a exposição Teatro Estúdio
Entre 1977 e 1991, o Teatro Estúdio ocupou o último andar do Edifício das Fundações, imóvel em cujo térreo está instalada a Galeria Homero Massena desde 1977. Ao evocar o nome do aparelho que foi desativado há décadas, o trabalho de Herbert Baioco propõe permear as questões da memória e do pertencimento, por meio das percepções entre o corpo e a arquitetura, enquanto ruínas urbanas na contemporaneidade. Para isso, a instalação contará com a reconstrução da caixa cênica do Teatro Estúdio e com uma paisagem sonora carregada de temporalidade capaz de gerar uma abordagem crítica da história daquele espaço.
A obra ‘performa’, ou o teatro encena, a partir do ativamento da instalação que acontece somente com a presença do público. Dessa maneira, a exposição depende da ação do espectador que, ao atravessar um palco formado por madeiras recolhidas do Teatro Estúdio, se torna ator e perfaz a ação poética por meio de seu percurso na galeria.
Após essa travessia, um dispositivo formado por engrenagem e projetor é acionado por um pedal de coser, que estará sempre em movimento, sinalizando o silêncio do agora e devorando as imagens projetadas do Edifício das Fundações. A exposição “Teatro Estúdio” foi contemplada pelo Edital nº 42/2013 da Secretaria de Estado da Cultura do Espírito Santo.
Graduado em Música pela Universidade Federal do Espírito, Herbert Baioco já participou de exposições coletivas “Outubro” (2012), na Galeria de Arte Espaço Universitário, e “(en)rolo – Edital Ocupa2” (2012), na Galeria de Arte e Pesquisa. Em 2012, foi premiado pela Seleção de Poesia Sonora SoundWalk em Lisboa, Portugal. Em 2013, vivenciou residências artísticas no Nuvem, em Resende (RJ) e no Sonic Mmaboleia, na África do Sul. Em 2014, realizou trabalhos técnicos para as obras “Audioguia” da 31ª Bienal de São Paulo e “19.924.458”, de Christian Boltanski, e participou de exposição coletiva do grupo MOLA na galeria de arte Fauna, em São Paulo. O Teatro Estúdio é o primeiro trabalho individual assinado por Hebert e contou com a orientação do pesquisador e artista visual Marcos Martins.
Sobre Rubiane Maia
Rubiane Maia é artista, professora e pesquisadora. Graduada em Artes Visuais e mestre em Psicologia Institucional pela Universidade Federal do Espírito Santo. Interessa-se especialmente pelas linguagens mais diretamente relacionadas ao corpo, e trabalha no cruzamento entre a performance, a instalação, a fotografia e o vídeo. Em seu processo de criação e pesquisa flerta bastante com o cinema e a literatura, e também gosta de escrever ensaios, poesias e textos livres sobre suas experiências com a arte e a vida cotidiana. Entre 2009 – 2011 integrou o núcleo de pesquisa LIS/CNPq UFES – Laboratório de Imagens da Subjetividade; coordenou o projeto TRAMPOLIM – Plataforma de Encontro com a Arte da Performance; e foi colaboradora-articuladora do BOOM – Global Creative Action (conexão Brasil) uma plataforma mundial para ações simultâneas ao vivo e em rede. Em 2012 – 2013 participou de diversos encontros, festivais e residências no Brasil, Argentina, França, Reino Unido, Espanha, Itália, Portugal e Irlanda. E também da 9th Kaunas Biennial UNITEXT na Lituânia.
Foi bolsista do Edital Ateliê em Artes Visuais Secult-ES 2013 que culminará numa exposição no Museu de Arte do Espírito Santo em 2015; recentemente lançou um livro intitulado ‘autorretrato em notas de rodapé’ – premiado em um Edital de Obras Literárias. E atualmente produz seu primeiro curta-metragem de ficção, EVO, com roteiro inspirado em suas pesquisas acerca da memória e do esquecimento.
Serviço:
Teatro Estúdio – Exposição de Herbert Baioco
Visitação: 07 de janeiro a 07 de março de 2015 – de segunda à sexta-feira
Horário de Funcionamento: das 9 às 18h
Performance “Decanto, até quando for preciso esquecer (Parte I)”, de Rubiane Maia
Dia 27 de janeiro de 2015
Horário: das 19 às 20 horas
Local: Galeria Homero Massena
Rua Pedro Palácios, 99 – Cidade Alta, Vitória ES
Entrada gratuita