Boris Castro é advogado, jornalista e Consultor da Fazenda.
Há poucas semanas regressei do Rio de Janeiro em companhia de minha esposa e filha, chegando no vergonhoso aeroporto Eurico Sales de Vitória num voo lotado e debaixo de muita chuva que quase dificultou o pouso.
Após taxiar e a tripulação autorizar a descida da aeronave, que se posicionou muito distante da sala de desembarque, grande foi a revolta dos passageiros que tiveram de enfrentar o temporal por longa distância, à pé, simplesmente porque NÃO HAVIA UM GUARDA CHUVA, numa prova de descaso e falta de respeito com os passageiros, principalmente idosos, cadeirantes, crianças, etc., sem nenhuma explicação dos responsáveis, ou dos funcionários da GOL.
Não bastasse a vergonha de termos um aeroporto criticado, mais próximo de um ponto de taxi aéreo, cujas inacabadas obras custaram milhões, continuam sem expectativa de solução, deixando o capixaba envergonhado e humilhado diante dos demais aeroportos do país.
Sinceramente não posso entender um Estado que tem uma Diretoria de peso à nível de Gerência da Petrobras, a tradição Vale S.A. que exporta minério de ferro e pelotas através de suas subsidiárias para toda parte do mundo, a Fíbria (antiga Aracruz celulose), a Arcelor Mitall (antiga CST), tem a melhor qualidade em granito, que tem portos cobiçados por brasileiros e estrangeiros pela privilegiada situação geográfica, petróleo aflora em nossas costas, população que cresce e viaja, não posso silenciar diante de tanta indiferença do Governo Federal e dos nossos representantes na Capital da República, que ignoram nosso sagrado estado de direito.
Vários Presidentes que por aqui passaram, trouxeram em suas bagagens promessas e mais promessas, nos enchendo de falsas esperanças, nos empurrando goela abaixo nosso sagrado sonho de desfrutar de um aeroporto de verdade. Seus nomes farão parte do cardápio aventureiro dos traidores do Estado.
Diante desta declarada inércia, que fazem parte nossos políticos, negam as suas origens e não têm coragem para enfrentar as garras afiadas dos adversários que não gostam de nosso Estado, pelo óbvio.
Quanto a Presidente Dilma, não fossem as enchentes, jamais pisaria em nosso solo , porque com a mesma rapidez que chegou, partiu, sem deixar nenhuma esperança para concluir as obras do nosso aeroporto capenga, como era esperado.
Não tendo mais a quem apelar, o capixaba sugere às autoridades competentes, como último alento, que privatizem o nosso aeroporto, chega de humilhação.
Apesar do desconforto de ter de caminhar na chuva até a outra aeronave, preferiu o silêncio sombrio dos políticos.
Somos um Estado que, apesar de sua de pequena dimensão geográfica, exporta matéria prima para o Brasil e para o mundo, cujas riquezas extraídas da terra e do mar nos tornam gigantes e respeitados.
Presidente Dilma, Deputados Federais e Senadores do Estado, o Espírito Santo, por incrível que pareça, existe e faz parte do Brasil.